sábado, 15 de março de 2008

Dores

Demoro a aparecer aqui, mas sempre venho contar alguma coisa "ruim".
Não é fácil conviver com os transtornos e os pensamentos, sejam suicidas ou não.
Hoje resolvi contar um fato que marcou a minha vida...
A morte da minha avó materna.
Isso foi em outubro de 2004, eu tinha 24 anos na época.
Trabalhava no BB em Carmo-RJ, divisa do RJ com MG.
Eu sabia que a minha avó estava mal e que não demoraria muito para ir para o outro lado.
Quando vim na casa da minha mãe num feriadão de outubro daquele ano, trabalhei na segunda e terça e quarta eram feriados (dias 11 e 12/10).
Viajei na noite de segunda-feira pra amanhecer na terça e viajei na quinta de manhã pra engatar direto no trabalho.
Na quarta-feira, dia 12, foi o último dia que vi a minha avó viva.
Logo no fim-de-semana seguinte, na sexta-feira, ela deu outra esquemia e foi internada.
Há 3 meses ela já não falava.
Minha mãe só foi me contar no domingo.
Na segunda-feira amanheci meio estranha, tinha que chegar mais cedo ao banco.
Aconteceu uma loucura a nível nacional no sistema e o banco só abriu às 14h (tendo que fechar às 15h, cidade do interior).
Eu estava no caixa, fazendo treinamento.
Por causa das quedas bruscas de sistema, tive uma diferença enorme.
Não achava a bendita.
Estava angustiada, tinha tido notícias da minha avó, sabia que ela estava se alimentando bem e tal, mas algo me preocupava.
Às 17h apareceu a diferença.
Fiquei até as 17h 15min tentando encontrá-la e achei-a.
Nesse mesmo instante, minha avó entrava em coma e ia de encontro ao meu avô.
Durante a sua agonia foi o meu momento de angústia da diferença no caixa.
Bom, quando cheguei em casa, quase 19h, minha mãe me ligou pro celular e pediu pra ligar de volta pra ela. O meu primeiro pensamento foi a minha avó.
Eu tinha me esquecido que tinha dado um celular novo pra minha mãe e estava ligando para o número antigo.
Quando dei por mim, consegui a ligação.
Aí ela me contou que vovó tinha desencarnado.
Aí entrei em parafuso, liguei para um dos gerentes para falar sobre isso e ele me autorizou faltar terça-feira, desde que na quarta estivesse de volta.
Eu sabia que o enterro de vovó seria na terça e na quarta de manhã eu poderia pegar o ônibus e voltar para Carmo.
Peguei o ônibus das 02h da manhã para minha cidade. Tive que chamar um taxista conhecido para me levar até o ponto, pois eram 20min de carro e aquela hora não tinha ônibus.
Normalmente o ônibus chegaria na cidade às 06h da manhã, mas como era segunda, o ônibus estava vazio, as rodoviárias vazias, chegou na minha cidade às 05h.
Desci direto no ponto perto do velório. Minha mãe e minha tia me esperavam.
Eu estava sem dormir há mais de 24h.
Fui ao velório direto e vi aquela imagem.
Como me marcou!
Fui em casa trocar de roupa.
Às 06h o corpo ia de São Fidélis para Cambuci, onde seria enterrado às 14h.
Eu tive sorte de chegar cedo.
As horas não passavam.
E eu acompanhei a minha avó.
Às 14h bateu o desespero.
Era o momento final.
Botei os óculos escuros e fui para o cemitério.
Vi o enterro chorando muito.
Sabia que tinha perdido a minha avó, a quem tanto amava e que me criou com tanto carinho.
Ao voltar pra casa da minha mãe, um vazio.
E no dia seguinte, o trabalho.
Viajei no ônibus das 05h 30min e fui pra Carmo trabalhar.
Pelo menos aliviou a tensão.
Em menos de uma semana entraria de férias.
Eu as tinha "atrasado" um pouco para ficar com a minha avó mais um pouco, mas vi que não foi possível...
Resta a saudade...

2 comentários:

Alex Yuri disse...

Sei muito bem o que é perder uma avó...

Minha vida deu uma tremenda reviravolta depois que ela morreu Não foi nada facil, ela era meu porto seguro total. Foic omo se eu perdesse minha mãe, pai e melhor amiga ao mesmo tempo =/

E relaxa.. você não é a unica a postar coisas ruins sempre XD

PS:: Você é espirita neh?

Dany Lynn disse...

perder quem amamos muito é sempre doloroso e dificil de aceitar, mesmo que a certeza da morte está presernte para todos.